domingo, 30 de abril de 2017

Lá foi ele ao encontro de Elis!!!

                                                    É isso aí parceiro. Descansou finalmente dessa busca louca que é a da procura das razões pra se viver neste mundo de hoje. Queria escrever alguma coisa prá vc. meu irmão mas aqui neste País, escrever alguma coisa que tenha que fazer as pessoas pensarem, é o mesmo que gritar contra o vento. Só vc vai ouvir. Por isso quero registrar aqui neste meu espaço que meia dúzia de "gentes" irão ler, minha tristeza pela tua despedida. Sózinho, desamparado por todos que andavam a tua volta. Neste País de merda que tem um povo formado pela borra do mundo. Num País em que as pessoas esquecem o que comeram ontem de meio dia. Um povo que esquece em quem votou ao sair da sala de votação. Vc, meu querido, não seria a exceção. Vc. com suas letras exalando o amor, mensagens de paz, união entre os povos, não teria o direito de ser lembrado e homenageado todos os dias em que fizestes parte aqui deste mundo. Vc. faz parte das pessoas pensantes , criativas, inteligentes, cultas desta bosta de País. Portanto, vc só está sendo lembrado hoje, pela tua morte repentina. A imprensa noticía desde as primeiras horas da manhã o desaparecimento de Belchior, o " maravilhoso compositor" brasileiro. Espalham loas sobre vc. quando até ontem, por um período de mais ou menos 15 anos, não existias mais para eles e portanto,  no cenário nacional. Não procuraram muito saber qual a causa do teu "exílio" forçado, aqui neste País preocupado mais com as novelas da Globo. Porque fostes procurar um canto no fim do mundo para descansar em paz depois de ter andando por muitas paragens desconhecidas. Ficastes pelo caminho, meu querido, antes de entender as razões porque tudo por aqui vai mal obrigado. Ou melhor. Quem sabe, tenhas decifrado toda essa porcaria em que a humanidade se transformou e te recusastes a fazer parte disto. Mesmo porque um cara como vc. mesmo que quisesse não poderia fazer parte dessa mistureba de criaturas mal paradas em que tudo e todos  se transformaram e por isto, optastes pelo auto exílio, o ostracismo. Mas onde agora estejas meu velho, tudo aquilo que deixastes por aqui sempre ficará na memória, pelo menos, aos de minha geração,  o que com certeza já não é pouca coisa. Somos do século passado onde quer queiram ou não, foi inventado tudo nesta bosta de mundo atual. Mais do que é bom, do que é ruim. Estamos aliás, com um placar bem favorável aos do nosso tempo. Porque aqui, neste século as criaturas estão fazendo força para destruir tudo o que já foi feito. Destruir valores, familia, trabalho, sociedade, direitos, enfim, tudo o que vier pela frente. E isso não é papo de derrotista ou desencantado com o mundo não. É só abrir os olhos pra ver. Ou pensar. Descanse onde agora te encontres. Procure localizar sua parceira Elis pois terão muito que conversar, por os assuntos em dia. Daí, com certeza ainda sairá muita conversa boa. Um bjo. no coração. Vai em Paz.

sábado, 15 de abril de 2017

ODEBRECHT - MÁFIA BRASILEIRA !!!


ODEBRECHT PAGOU U$$ 3,3 BILHÕES EM PROPINA DE 2006 A 2014, DIZ DELATOR.

DIGO EU: 

ALGUÉM TEM DÚVIDA QUE UMA EMPRESA CORRUPTA COMO ESSA, DIRIGIDA POR UMA FAMÍLIA DE GANGSTERS COMO É ESSA "FAMIGLIA", TEM QUE SER VARRIDA DO MAPA ??

ALGUÉM TEM DÚVIDA QUE OUTRAS TANTAS EMPREITEIRAS COMO ESSA CAMARGO&CORRÊA, OAS, QUEIRÓZ GALVÃO, ANDRADE GUTIERREZ, GALVÃO ENGENHARIA, CONSTRUCAP,  SÃO AS MAIORES RESPONSÁVEIS  PELA SITUAÇÃO FALIMENTAR DO BRASIL, JUNTO COM A QUASE TOTALIDADE DOS POLÍTICOS BRASILEIROS ?

ALGUÉM TEM DÚVIDA QUE ESSES FACÍNORAS ROUBAM O PAÍS A MAIS DE 50 ANOS E NUNCA ACONTECEU NADA ?

POIS BEM... É AGORA POVO BRASILEIRO. A ÚNICA POSSIBILIDADE DE REALMENTE ACONTECER ALGUMA COISA COM ESSA TURMA É SE MANIFESTAR CONTRA TUDO ISSO E DE FORMA CONTUNDENTE. LEMBRAR E LEMBRAR TODOS OS DIAS, ESTAR SEMPRE VIGIANDO POIS ELES FARÃO TUDO PRA SAIR DESSA DE UMA OU OUTRA FORMA. 

NOSSO MAIOR PATRIMÔNIO NA ATUALIDADE É SEM SOMBRA DE DÚVIDA A "OPERAÇÃO LAVA JATO" OS PROCURADORES  FEDERAIS, O JUIZ SÉRGIO MORO E MUITOS OUTROS TRABALHANDO 24 HORAS PARA LEVAR ESSA MARGINÁLIA PRA CADEIA. MÃOS A OBRA PODER JUDICIÁRIO. TRABALHO É O QUE NÃO FALTA. ABRAM SEUS CÓDIGOS DE LEIS E APLIQUEM OS ARTIGOS QUE LÁ ESTÃO PREVISTOS PARA PUNIR QUEM SE DEDICA A ESPOLIAR COISAS QUE NÃO TEM DONO. CONFISQUEM TODOS SEUS BENS, SUAS MORDOMIAS, CARGOS E TUDO O QUE FOI DESVIADO POR ESSES SENHORES DE GRAVATA.

VAMOS ESPERAR PRÁ VER. COMO DISSE AQUELE POETA: " SONHAR SEMPRE É ALGUMA COISA MELHOR QUE NÃO SONHAR".

terça-feira, 11 de abril de 2017

Para as crianças da Síria - Emanuel Vieira.


           POR QUEM OS SINOS DOBRAM?
         (OUVINDO – E ESCUTANDO SEMPRE –“HALLELUJAH”, DE LEONARDO COHEN)

NENHUM HOMEM É UMA ILHA ISOLADA (...)

E POR ISSO NÃO PERGUNTES POR QUEM OS

SINOS DOBRAM: ELES DOBRAM POR TI

 (JOHN DONNE (1572–1631).

É a lógica da guerra, é a essência do poder: é justo matar os inimigos. É injusto matar os nossos.
É claro: não há mais tempo para ingenuidades. A estrutura que domina o mundo é poder, dinheiro, tráfico de armas etc.
E com a ascensão de grupos fundamentalistas, da extrema-direita, do terrorismo em todo mundo, essa perversa lógica mercadológica vai prevalecer.
Como continuar? Escuto novamente “Aleluia”, e mais Mozart e Bach.
Apenas palavras. Eu sei: somente palavras. Mas é o que me resta.
A barbárie e a crueldade extrema que são o uso de armas químicas não são fatos novos na história do mundo.
Eu sei, é a institucionalização da barbárie.
A ONU é um fantoche dos interesses imperialistas – de que lado for.
Na Guerra da Síria – seis anos de existência, quase 500 mil mortos, milhões de refugiados – não há santos.
Bashar El-Assad  mata seu próprio povo com armas químicas. E os rebeldes também a usam... santos? Que santos?
Uma pausa – havia dito que o uso de tais armas não é novo na História.
Historiadores relatam que há mais de dois mil anos, os gregos (pais da democracia moderna...) lançavam flechas envenenadas sobre os inimigos.
Em larga escala foram usadas na Primeira Guerra Mundial, quando o mundo “tomou conhecimento dos efeitos devastadores do gás mostarda”.
Mais de 100 mil pessoas morreram – segundo estatísticas – vítimas de armas químicas no conflito.
Na Segunda Guerra, neos nazistas usaram o “zyklon B” e o gás cianídrico
O governo americano subestima a nossa inteligência E O PODER DA MEMÓRIA.
Talvez as novas gerações não saibam.
O que os americanos fizeram no Vietnã foi de uma perversidade sem adjetivos, de uma crueldade que espanta mesmo as consciências mais conservadoras. Usaram à vontade napalm, destruindo aldeias, matando civis inocentes e destruindo o que podiam.
Algo horrendo para a consciência civilizada e democrática.
(E perderam a guerra. Autodeterminação dos povos não é um conceito vazio.)
Por quem os sinos dobram?
Dobram pelos refugiados – que a extrema-direita mundial coloca como o primeiro inimigo.
Só falta os fascistas proclamarem: “mate os seus vizinhos”.

Por quem os sinos dobram? Dobram por todas as crianças do mundo, abandonadas, órfãs, perdidas nos oceanos, ignoradas pelo mundo.
Os sinos dobram pelos humanistas.
O uso de armas químicas é proibido pela Convenção de Genebra desde 1925. Mas qual nação liga para convenções?
Na guerra mais longa do Século XXl, são muitos os interesses geopolíticos em jogo:
envolve os interesses da Rússia, aliada da Síria desde a existência da  União Soviética. Mexe com interesses do Irã, da Turquia, do Estado Islâmico, de grupos como  Hezbollah (“O Partido de Deus”), e também de Israel, do Reino Unido ( que nas Guerras do Golfo, com o “cachorrinho” dos americanos chamado Tony Blair aderiu às invasões do Iraque), da China e outros países e grupos. Sem falar no grande Império: Estados Unidos.
Invasão feita, mesmo que nunca se comprovasse que Saddam Hussein, no Iraque, tivesse armas químicas ou fosse aliado da Al Qaeda.
ALGUÉM DISSE DEPOIS DA FAMÍLIA BUSH, COM ALIADOS, TER INVADIDO O IRAQUE: “ELES ABRIRAM AS PORTAS DO INFERNO”.
Nunca mais foram fechadas. E os demônios estão todos à solta.
No Afeganistão, Iraque, Líbano, em todo o Oriente Médio e em outras nações.

O grande escritor Ernest Hem Hemingway (1899-1961), no seu belíssimo e denso romance “Por quem os Sinos Dobram”, usou os veros de John Donne  como título de sua obra.
                OS SINOS DOBRAM POR TODOS NÓS!

(Salvador, abril de 2017) 

segunda-feira, 3 de abril de 2017

COISAS DA MINHA TERRA...


João Gilberto Noll - ESCRITOR. (assim mesmo, com letra maiúscula.
Opinião: Texto de Fabrício Carpinejar... 

Fabrício Carpinejar: "João Gilberto Noll foi assassinado"

Para escritor, indiferença da sociedade, do poder público e das instituições condenou um dos maiores mitos da nossa literatura  

João Gilberto Noll não morreu de causa natural, foi assassinado pela sociedade. Foi assassinado pela indigência cultural do Estado. Foi assassinado pelo total desprezo de nossas instituições pelos grandes artistas e narradores. Foi assassinado por ausência de incentivo e de apoio. Foi assassinado pelo orçamento imaginário da Secretaria Estadual de Cultura. Foi assassinado pela inanição do Instituto Estadual do Livro.
Em seu enterro na noite de quarta passada, na capela 9 do Cemitério João XXIII, havia menos de 50 pessoas para se despedir de um dos maiores escritores gaúchos de todos os tempos. Não apareceu prefeito ou governador, não apareceu ministro ou deputado federal, não apareceu presidente da Assembleia ou da Câmara Municipal. Os políticos não leem mais? É isto? É artigo de regimento interno?
Não se decretou luto no Estado. Não existiu nenhuma mobilização popular. Não teve cobertura da imprensa no velório.
Ele sequer aparece nos livros de nossas escolas como autor fundamental. Ele não é listado como autor obrigatório em nossos vestibulares. Ele não recebeu nenhuma honra nos últimos cinco anos — a mais recente foi como autor homenageado do Festipoa, em 2011. As novas gerações já não o conhecem, pois simplesmente não o estudam.
Noll ficou mergulhado no ocaso, logo ele que se mantinha integralmente da literatura e dependia de convites para palestras, recitais e conferências. Sua única fonte vinha a ser uma oficina de escrita criativa esporádica.
Não me insulte alegando que ele morreu de velho. Ninguém é mais velho aos 70 anos. Morreu de solidão nesta cidade abandonada às bestas, onde os livros são uma seita para pouquíssimos e corajosos.
Rio Grande do Sul virou uma Sibéria para os criadores, um exílio forçado. Ama-se esta terra platonicamente.
Não parecia que perdíamos um de nossos mitos da literatura, da estatura de um Mario Quintana, de um Caio Fernando Abreu e de um Moacyr Scliar.
Foi um enterro simples, caseiro, envolvido pelos familiares e amigos mais próximos, com apenas três coroas de flores enviadas para ornar a cabeceira do caixão. Não teve fila para se aproximar do corpo e abençoar a sua partida. Então, não me diga que ele morreu de morte natural. Foi assassinado pela indiferença. Pelo desprezo. Pela desinformação. Pela tristeza e pelo desgosto.
Como o nosso maior ganhador de Prêmio Jabuti, o mais prestigiado do país, vencedor de cinco edições (1981, 1994, 1997, 2004 e 2005), vivia na total clandestinidade em Porto Alegre? Como permitimos a sua desaparição pública?
Ele não ganhou nenhuma alta condecoração em vida das autoridades no RS (a exceção foi o Fato Literário em 2009, iniciativa da RBS). Não foi patrono da Feira do Livro. Não é nome de biblioteca, dificilmente servirá para batizar alguma Casa de Cultura. Estamos vendendo o nosso patrimônio e, pelo jeito, não sobrará entidade nenhuma para ser nomeada. Como abandonamos à míngua os nossos mestres?
Não venha com o atenuante de que a sua escrita era difícil, é tão difícil quanto o fluxo de consciência de Clarice Lispector que não para de crescer em vendas e ser saudada no Exterior (The Complete Stories entrou na lista dos cem melhores livros de 2015 feita pelo jornal americano The New York Times). Sua obra — dezoito livros — continua sendo publicada pela Record. Tampouco é por carência de circulação.
Como deixamos de lado um de nossos romancistas mais adaptados ao cinema, com versões conhecidas nas telas de HarmadaHotel Atlântico e do conto Alguma Coisa Urgentemente?
Como as mais prestigiadas universidades estrangeiras, de Iowa e King's College, lhe pagavam para vê-lo produzindo como escritor-residente, e jamais oferecemos condições para ele desenvolver a sua ficção na capital gaúcha, logo ele que residia inteiramente aqui e retratava Porto Alegre em seus livros?
Como ele era convidado a dar aula em Berkeley, nos EUA, na cátedra de Literatura e Cultura Brasileira, e nunca fora convidado para lecionar nas universidades gaúchas, logo ele formado em Letras pela UFRGS?
Como não desfrutava de espaço fixo no rádio e na TV, ele que já foi influente colunista da Folha de S. Paulo de 1998 a 2001?
Como menosprezamos alguém que renovou a escrita e enfrentou a supremacia do regionalismo, que fundou uma escrita urbana, feita da procura nômade da felicidade e de andarilhos que apenas encontravam pátria em seu corpo?
O descaso não pode ser resultado da falta de atualidade da obra de Noll, porque ele era absolutamente pós-moderno e abordava temáticas do momento como homoerotismo, inadequação social e tolerância às minorias.
Como não zelamos por uma carreira vitoriosa de 37 anos, acostumada a projetar o Rio Grande do Sul no cenário internacional?
Ele deveria ter sido lembrado, festejado, paparicado, cuidado, mimado, protegido, acalentado, amado. Assim como Pernambuco fez com Ariano Suassuna antes e depois de sua morte. Mas não aconteceu nada.
João Gilberto Noll morreu do nosso completo nada. Quem será a próxima vítima? Quem?