sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

VICTOR BRECHERET - O CARA!!!




Sou o gaúcho mais paulistano desta cidade. Estou por aqui coisa de 35 anos e a cidade de São Paulo sempre fez minha cabeça. Conheço a cidade como poucos. Já andei por todos os cantos e uma das coisas que mais me encanta em São Paulo á a diversidade. Cada pedacinho tem sua particularidade com certeza pela mescla de gente que aqui veio morar. Os bairros , todos sem exceção, são identificados por um ou outro detalhe . Os italianos que aqui chegaram, os alemães, espanhóis, portugueses, japoneses, enfim. gente  de todos os cantos do mundo, de todas as regiões do Brasil, carimbaram de uma ou outra maneira, sua presença por aqui. Gosto muito de caminhar pela cidade. Pois só caminhando vc consegue observar cada cantinho e descobre coisas que passariam desapercebido se vc cruzar de automóvel, ônibus ou outro veículo qualquer. Só "de pés" como falam nossos irmãos lá do norte e nordeste vc. decifra a cidade. Feito este preâmbulo gostaria de salientar o registro de aniversário de um "paulistano" como eu. Nascido na Itália, veio para o Brasil mocinho e aqui virou ítalo-brasileiro por opção. Tráta-se  de um dos grandes artistas escultores do Brasil, Victor Brecheret( 22 de fevereiro de 1894 Farnese-Itália/ 17 de dezembro de 1955 São Paulo SP. Para quem desconhece quem seja, com certeza já passou por uma das suas obras. Ali defronte o Parque Ibirapuera, vc bate de frente com uma escultura de encher os olhos de qualquer vivente. O Monumento as Bandeiras. É o monumento que mais gosto da cidade. Situado no lugar apropriado essa escultura  levou 30 anos para ser feita. Homenageia os bandeirantes que cruzaram a pata de cavalo todo o continente e descobriram várias etnias espalhadas por nosso País.   Lá por volta de 1921 o governo de São Paulo encomendou a Brecheret a escultura. E o artista se debruçou na prancheta  para dar vida a essa maravilha. Em 1954, quando da inauguração do Parque Ibirapuera, a obra estava pronta. Um colosso. Tem 50 metros de comprimento, 16 metros de altura, e Brecheret usou 250 blocos de granito (50 toneladas cada um). Vale a pena conhecer a obra de pertinho, tocar na pedra. Vc com certeza ficará emocionado e sentirá toda a energia que ali foi posta pelo autor. E isso, é uma das coisas que faz a cidade de São Paulo ser querida por muitos brasileiros e estrangeiros que aqui "sentaram praça". Apesar da judiaria que os políticos  governantes , em sua grande maioria incompetentes, fazem com a cidade e o descaso com as coisas do povo,  São Paulo vai sempre em frente. E a cada dia se torna mais querida. Fui....


terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

A VIOLENCIA CONTRA A POLICIA.




Depois de um bom tempo afastado do meu blog, retorno as "escrituras". Por motivo alheio a minha vontade, tive que deixar "meu parceirinho" meio que de lado mas, cá estou. Retorno publicando uma matéria que tirei do blog do nosso querido Dr. Ruy Gessinger lá do Rio Grande do Sul. Trata-se de um tema mais que importante. Um tema obrigatório que deveria ser discutido todos os dias e tomadas as providências que nossos governantes insistem em não tomar. Isso, entre outras coisas é omissão, falta de vergonha na cara e outras coisitas mais. Mas vamos ao texto abaixo. 

Namorando com o suicídio",publicada em 30/01/2013, por J. R. Guzzo

Se nada piorar neste ano de 2013, cerca de 250 policiais serão assassinados no Brasil até o dia 31 de dezembro. É uma história de horror, sem paralelo em nenhum país do mundo civilizado. Mas estes foram os números de 2012, com as variações devidas às diferenças nos critérios de contagem, e não há nenhuma razão para imaginar que as coisas fiquem melhores em 2013 – ao contrário, o fato de que um agente da polícia é morto a cada 35 horas por criminosos, em algum lugar do país, é aceito com indiferença cada vez maior pelas autoridades que comandam os policiais e que têm a obrigação de ficar do seu lado. A tendência, assim, é que essa matança continue sendo considerada a coisa mais natural do mundo – algo que “acontece”, como as chuvas de verão e os engarrafamentos de trânsito de todos os dias.

Raramente, hoje em dia, os barões que mandam nos nossos governos, mais as estrelas do mundo intelectual, os meios de comunicação e a sociedade em geral se incomodam em pensar no tamanho desse desastre. Deveriam, todos, estar fazendo justo o contrário, pois o desastre chegou a um extremo incompreensível para qualquer país que não queira ser classificado como selvagem. Na França, para ficar em um exemplo de entendimento rápido, 620 policiais foram assassinados por marginais nos últimos quarenta anos – isso mesmo, quarenta anos, de 1971 a 2012. São cifras em queda livre. Na década de 80, a França registrava, em média, 25 homicídios de agentes da polícia por ano, mais ou menos um padrão para nações desenvolvidas do mesmo porte. Na década de 2000 esse número caiu para seis – apenas seis, nem um a mais, contra os nossos atuais 250. O que mais seria preciso para admitir que estamos vivendo no meio de uma completa aberração?

Há alguma coisa profundamente errada com um país que engole passivamente o assassínio quase diário de seus policiais -e, com isso, diz em voz baixa aos bandidos que podem continuar matando à vontade, pois, no fundo, estão numa briga particular com “a polícia”, e ninguém vai se meter no meio. Essa degeneração é o resultado direto da política de covardia a que os governos estaduais brasileiros obedecem há décadas diante da criminalidade. Em nenhum lugar a situação é pior do que em São Paulo, onde se registra a metade dos assassinatos de policiais no Brasil; com 20% da população nacional, tem 50% dos crimes cometidos nessa guerra. É coisa que vem de longe. Desde que Franco Montoro foi eleito governador, em 1982, nas primeiras eleições diretas para os governos estaduais permitidas pelo regime militar, criou-se em São Paulo, e dali se espalhou pelo Brasil, a ideia de que reprimir delitos é uma postura antidemocrática – e que a principal função do estado é combater a violência da polícia, não o crime. De lá para cá, pouca coisa mudou. A consequência está aí: mais de 100 policiais paulistas assassinados em 2012.

O jornalista André Petry, num artigo recente publicado nesta revista, apontou um fato francamente patológico: o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, conseguiu o prodígio de não comparecer ao enterro de um único dos cento e tantos agentes da sua polícia assassinados ao longo do ano de 2012. A atitude seria considerada monstruosa em qualquer país sério do mundo. Aqui ninguém sequer percebe o que o homem fez, a começar por ele próprio. Se lesse essas linhas, provavelmente ficaria surpreso: “Não, não fui a enterro nenhum. Qual é o problema?”. A oposição ao governador não disse uma palavra sobre sua ausência nos funerais. As dezenas de grupos prontos a se indignar 24 horas por dia contra os delitos da polícia,reais ou imaginários, nada viram de anormal na conduta do governador. A mídia ficou em silêncio. É o aberto descaso pela vida, quando essa vida pertence a um policial. É, também, a capitulação diante de uma insensatez: a de ficar neutro na guerra aberta que os criminosos declararam contra a polícia no Brasil.

Há mais que isso. A moda predominante nos governos estaduais, que vivem apavorados por padres, jornalistas, ONGs, advogados criminais e defensores de minorias, viciados em crack, mendigos, vadios e por aí afora, é perseguir as sua próprias polícias – com corregedorias, ouvidorias, procuradorias e tudo o que ajude a mostrar quanto combatem a “arbitrariedade”. Sua última invenção, em São Paulo, foi proibir a polícia de socorrer vítimas em cenas de crime, por desconfiar que faça alguma coisa errada se o ferido for um criminoso; com isso, os policiais paulistas tornam-se os únicos cidadãos brasileiros proibidos de ajudar pessoas que estejam sangrando no meio da rua. É crescente o número de promotores que não veem como sua principal obrigação obter a condenação de criminosos; o que querem é lutar contra a “higienização” das ruas, a “postura repressiva” da polícia e ações que incomodem os “excluídos”. Muitos juízes seguem na mesma procissão. Dentro e fora dos governos continua a ser aceita, como verdade científica, a ficção de que a culpa pelo crime é da miséria, e não dos criminosos. Ignora-se o fato de que não existe no Brasil de hoje um único assaltante que roube para matar a fome ou comprar o leite das crianças. Roubam, agridem e matam porque querem um relógio Rolex; não aceitam viver segundo as regras obedecidas por todos os demais cidadãos, a começar pela que manda cada um ganhar seu sustento com o próprio trabalho. Começam no crime aos 12 ou 13 anos de idade, estimulados pela certeza de que podem cometer os atos mais selvagens sem receber nenhuma punição; aos 18 ou 19 anos já estão decididos a continuar assim pelo resto da vida.

Essa tragédia, obviamente, não é um “problema dos estados”, fantasia que os governos federais inventaram há mais de 100 anos para o seu próprio conforto – é um problema do Brasil. A presidente Dilma Rousseff acorda todos os dias num país onde há 50 000 homicídios por ano; ao ir para a cama de noite, mais de 140 brasileiros terão sido assassinados ao longo de sua jornada de trabalho. Dilma parece não sentir que isso seja um absurdo. No máximo, faz uma ou outra reunião inútil para discutir “políticas públicas” de segurança, em que só se fala em verbas e todos ficam tentando adivinhar o que a presidente quer ouvir. Não tem paciência para lidar com o assunto; quer voltar logo ao seu computador, no qual se imagina capaz de montar estratégias para desproblematizar as problematizações que merecem a sua atenção. Não se dá conta de que preside um país ocupado, onde a tropa de ocupação são os criminosos. Bela solução dada pela Itália, foi a criação da denominada POLÍZIA PENITENZIÁRIA na década de 90, no Brasil, os agentes prisionais são considerados a escoria da sociedade e da segurança pública, e o crime reina latente em todos lugares.

Muito pouca gente, na verdade, se dá conta. Os militares se preocupam com tanques de guerra, caças e fragatas que não servem para nada; estão à espera da invasão dos tártaros, quando o inimigo real está aqui dentro. Não podem, por lei, fazer nada contra o crime – não conseguem nem mesmo evitar que seus quartéis sejam regularmente roubados por criminosos à procura de armas. A classe média, frequentemente em luta para pagar as contas do mês, se encanta porque também ela, agora, começa a poder circular em carros blindados; noticia-se, para orgulho geral, que essa maravilha estará chegando em breve à classe C. O número de seguranças de terno preto plantados na frente das escolas mais caras, na hora da saída, está a caminho de superar o número de professores. As autoridades, enfim, parecem dizer aos policiais: “Damos verbas a vocês. Damos carros. Damos armas. Damos coletes. Virem-se.”

É perturbadora, no Brasil de hoje, a facilidade com que governantes e cidadãos passaram a aceitar o convívio diário com o mal em estado puro. É um “tudo bem” crescente, que aceita cada vez mais como normal o que é positivamente anormal – “tudo bem” que policiais sejam assassinados quase todos os dias, que 90% dos homicídios jamais cheguem a ser julgados, que delinquentes privatizem para seu uso áreas inteiras das grandes cidades. E daí? Estamos tão bem que a última grande ideia do governo, em matéria de segurança, é uma campanha de propaganda que recomenda ao cidadão: “Proteja a sua família. Desarme-se”. É uma bela maneira, sem dúvida, de namorar com o suicídio.