sexta-feira, 25 de maio de 2012

TIRINHA: Vinho barato..mas muitooo bomm!!!




Toro Loco Tempranillo safra 2011
"Testes cegos" comprovam que 50% dos enólogos erram ao analisarem se um vinho caro ou não é de boa qualidade. Um estudo científico feito pela Universidade de Hertfordshire, com 400 pessoas comprova essa tese. Nesse estudo constatou-se que a metade das pessoas do teste não soube precisar se estavam provando um vinho caro ou mais barato. Prova disso novamente foi dada na tradicional competição internacional de Vinhos e Destilados ( International Wine & Spirits Competition ) realizada na Inglaterra. O vinho espanhol Toro Loco Tempranillo (safra 2011) que tem o preço por volta de 3,59 libras (R$11,50) foi contemplado com a medalha de prata,  a quarta colocação no certame. 
Produzido na região de   Utiel-Requena, província espanhola de Valência o Toro Loco ficou na frente de vinhos que tem o preço até dez vezes seu valor. Claro que nos testes cegos pois isso demonstra uma total imparcialidade nos testes de avaliação. 


TRIBUTO A MERCEDES SOSA - POA RS



Imperdível...mexa-seeeeeeeee
Noticio aqui um evento que vai ser realizado em Porto Alegre RS no dia 10 de julho de 2012, às 21:00hs (cai numa terça feira) no Teatro São Pedro ( maravilhoso). Luiz Carlos Borges, acordeonista, cantor, compositor, uma das maiores  expressões musicais do Rio Grande do Sul,  e  tendo  como  convidados  Daniel  Torres  (cantor)   e   Shana Muller  (cantora)   vão promover nessa noite, uma homenagem de suma importância a maior cantora representativa da  arte  folclórica  na  América  do  Sul.  MERCEDES  SOSA,  argentina  que nos deixou em outubro  de  2009. Mercedes Sosa  foi sem   dúvida alguma a maior expoente do movimento "Nueva Cancion" criado na Argentina nos idos anos 70. Pela  ligação  de afetividade, e claro, pela ligação musical, Borges reúne em Porto Alegre músicos  de  primeira  linha, inclusive, a participação de músicos que acompanharam  Mercedes por muitos  e muitos anos como é o caso  do  pianista  Popi Spatocco,  arranjador  de  Mercedes  por  longo  tempo, o violonista Jorge Giulian   e  o  baterista  e  percusionista  Ruben Lobo.  Imperdível. Como  funciona  o ingresso a esse evento? Acesse o link : http://tragaseushow.com.br/8-tributo-a-mercedes-sosa-em-porto-alegre .  Aí, vc tem todos os detalhes. Mas queria aqui, escrever alguma coisa sobre Luiz Carlos Borges,(32 discos gravados)  esse  músico  ímpar, gaúcho  missioneiro  radicado  a muitos  anos em Porto Alegre, mas um cidadão do mundo. Mercedes Sosa tinha um carinho todo  especial  por  ele. Em  todas  as  apresentações  da  cantora no Brasil e em algumas na Argentina,  ela  "convocava"  a  presença  do  músico gaúcho. Foram muitos e muitos anos de convívio  entre os dois.  Fui,  por diversas vezes,  testemunho desse carinho entre dois artistas da  mais  alta  estirpe  musical. E entendo a razão dessa mais que devida homenagem de um amigo  brasileiro  a  essa amiga argentina. Todo o carinho que o público de Mercedes tinha e ainda tem  no Brasil,  será, com certeza, enviada a ela, onde esteja, nessa noite de música da mais alta qualidade, nesse Brasil que pena pela mediocridade nas suas artes. Por isso e por muito mais, sucesso ao evento. E ele terá, sem dúvida. 






quinta-feira, 24 de maio de 2012

REVISITANDO A COSTA BRASILEIRA - Comandante João Lara Mesquita


Lara Mesquita em casa.

Uma noticia muito importante. Nosso comandante João Lara Mesquita começa um novo trabalho junto a costa brasileira. Não deixem de acompanhar as viagens do marinheiro. Mas, deixe que ele fale....

Revisitando a costa brasileira – Primeira etapa. 22/ Maio/ 2012.

postado por João Lara Mesquita10:09, terça-feira, 22 de maio de 2012


Nesta terca- feira começo a gravar os primeiros programas de uma nova série de documentários para a TV Cultura, no ar a partir de agosto.

Eu havia combinado desde o ano passado refazer o trabalho pelo litoral, agora com foco nas Unidades de Conservação (federais) da zona costeira.

Unidades de Conservação, ou UCs, são áreas legalmente protegidas pelo poder público em suas três esferas: Federal, estadual ou municipal.
O Brasil é signatário de vários tratados internacionais. Um, em especial, propõe que os países membros tenham até 10% de seu mar protegido até 2020. Atualmente apenas 1,5% da zona costeira, ou de nosso mar, estão nesta categoria. Há uma pressão no meio ambientalista para que o Governo Dilma Russef crie novas áreas, acompanhadas por outras implementadas por governos estaduais e municipais.
Sabe- se que funcionários graduados do Ministério do Meio Ambiente também são favoráveis, apesar de recentemente várias UCs da Amazônia terem seus limites alterados em razão da construção das usinas Tabajara, Santo Antônio e Jirau, em Rondônia (Medida Provisória 558, maio 2012, assinada por Dilma).
O Brasil tem hoje cerca de 1.600 UCs, federais ou reservas particulares, com algo como 115 milhões de hectares amparados.
É muito pouco, e não faltam ameaças às existentes: o Congresso quer mudar a instância de aprovação para novas UCs federais, atualmente nas mãos da presidência, atribuindo também à Câmera esta função.
E o novo Código Florestal sugere descentralizar o licenciamento ambiental, retirando poderes do IBAMA, ou o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, o ICMBio, passando-os para órgãos estaduais ou municipais.
Para finalizar há o enorme poder da bancada ruralista que não mede esforços para deturpar a função, diminuir e alterar limites, das UCs existentes.
Tudo isto às vésperas da Cúpula Mundial do Rio + 20 que começa em junho.
Como se percebe, é um bom momento para ampliar esta discussão através do poder da televisão.
Na esfera federal há 310 Unidades de Conservação protegendo cerca de 750 mil quilômetros quadrados. A maioria em áreas continentais. Apenas 62 estão na zona costeira. E são elas meu foco.
Começo pelo Rio Grande do Sul onde visito duas, das três existentes: a Estação Ecológica do TAIM, em Rio Grande, e o Parque Nacional da Lagoa do Peixe, em Mostardas, ambas na planície costeira gaúcha.
Fica de fora o Refúgio de Vida Silvestre Ilha dos Lobos, um ilhote de pedras defronte a cidade de Torres, cujo interesse é a freqüência da área por penípedes (pé em forma de pena) como focas e lobos marinhos.
Na volta conto o que vi.

Boa sorte comandante. Estaremos aqui, sempre esperando notícias.
Acessem o blog : http://www.marsemfim.com.br/ 

terça-feira, 22 de maio de 2012

Texto de Arnaldo Jabor.


Posto texto do Arnaldo Jabor a respeito da CPI do Cachoeira. Hoje temos mais uma revelação que causa espanto aos eternos indignados. Declaração do Deputado Federal Candido Vaccarezza (PT SP) ,integrante da CPI do Congresso Nacional que investiga Carlos Cachoeira e sócios, enviando um torpedo amigo ao governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral (PMDB)  nos seguintes têrmos: " A relação com o PMDB vai azedar na CPI. Mas não se preocupe. Você é nosso e nós somos teu ". Instado a dar explicação sobre o torpedo o Deputado disse que " o SMS foi uma comunicação privada entre um deputado federal e um governador". Que maravilha de justificativa. Por favor, senhores, tirem suas conclusões.  Mas, leiam o texto do Jabor.


Falência múltipla dos órgãos públicos. 


ARNALDO JABOR - O Estado de S.Paulo
Os corruptos ajudam-nos a descobrir o País. Há sete anos, Roberto Jefferson nos abriu a cortina do mensalão. Agora, com a dupla personalidade de Demóstenes Torres, descortinamos rios e florestas e a imensa paisagem de Cachoeira. Jefferson teve uma importância ideológica.
Cachoeira é uma inovação sociológica. Cachoeira é uma aula magna de Ciência Política sobre o sistema do País. Vamos aprender muito com essa crise. É um esplendoroso universo de fatos, de gestos, de caras, de palavras que eclodiram diante de nossos olhos nas últimas semanas. Meu Deus, que riqueza, que profusão de cores e ritmos em nossa consciência política! Que fartura de novidades da sordidez social, tão fecunda quanto a beleza de nossas matas, cachoeiras, várzeas e flores.
Roberto Jefferson denunciou os bolchevistas no poder, os corruptos que roubavam por "bons motivos", pelo "bem do povo", na base dos "fins que justificam os meios". E, assim, defenestrou a gangue de netinhos de Lenin que cercavam o Lula que, com sua imensa sorte, se livrou dos mandachuvas que o dominavam. Cachoeira é uma alegoria viva do patrimonialismo, a desgraça secular que devasta a história de nosso País. Sarney também seria 'didático', mas nada gruda nele, em seu terno de 'teflon'; no entanto, quem estudasse sua vida entenderia o retrato perfeito do atraso brasileiro dos últimos 50 anos.
Cachoeira é a verdade brasileira explícita, é o retrato do adultério permanente entre a coisa pública e privada, aperfeiçoado nos últimos dez anos, graças à maior invenção de Lula: a 'ingovernabilidade'.
Cachoeira é um acidente que rompeu a lisa aparência da 'normalidade' oficial do País. Sempre soubemos que os negócios entre governo e iniciativa privada vêm envenenados pelas eternas malandragens: invenção de despesas inúteis (como as lanchas do Ministério da Pesca), superfaturamento de compras, divisão de propinas, enfrentamento descarado de flagrantes, porque perder a dignidade vale a pena, se a grana for boa, cabeça erguida negando tudo, uns meses de humilhações ignoradas pelo cinismo e pela confiança de que a Justiça cega, surda e muda vai salvá-los. De resto, com a grana na 'cumbuca', as feridas cicatrizam logo.
O governo do PT desmoralizou o escândalo e Cachoeira é o monumento que Lula esculpiu. Lula inventou a ingovernabilidade em seu proveito pessoal. Não foi nem por estratégia política por um fim 'maior' - foi só para ele.
Achávamos a corrupção uma exceção, um pecado, mas hoje vemos que o PT transformou a corrupção em uma forma de governo, em um instrumento de trabalho. A corrupção pública e a privada é muito mais grave e lesiva que o tráfico de drogas.
Lula teve a esperteza de usar nossa anomalia secular em projeto de governo. Essa foi a realização mais profunda do governo Lula: o escancaramento didático do patrimonialismo burguês e o desenho de um novo e 'peronista' patrimonialismo de Estado.
Quando o paladino da moralidade Demóstenes ficou nu, foi uma mão na roda para dezenas de ladrões que moram no Congresso: "Se ele também rouba, vamos usá-lo como um Omo, um sabão em pó para nos lavar, vamos nos esconder atrás dele, vamos expor nosso escândalo por seu comportamento e, assim, seremos esquecidos!"
Os maiores assaltantes se horrorizaram, com boquinha de nojo e olhos em alvo: "Meu Deus... como ele pôde fazer isso?..."
Usam-no como um oportuno bode expiatório, mas ele é mais um 'boi de piranha' tardio, que vai na frente para a boiada se lavar atrás.
Demóstenes foi uma isca. O PT inventou a isca e foi o primeiro a mordê-la. "Otimo!" - berrou o famoso estalinista Rui Falcão - "Agora vamos revelar a farsa do mensalão!" - no mesmo tom em que o assassino iraniano disse que não houve holocausto. "Não houve o mensalão; foi a mídia que inventou, porque está comprada pela oposição!" Os neototalitários não desistem da repressão à imprensa democrática...
E foi o Lula que estimulou a CPI, mesmo prejudicando o governo de Dilma, que ele usa como faxineira também das performances midiáticas que cometeu em seu governo. Dilma está aborrecida. Ela não concorda que as investigações possam servir para que o Partido se vingue dos meios de comunicação e não quer paralisar o Congresso. Mas Lula não liga. "Ela que se vire..." - ele pensa em seu egoísmo, secretamente, até querendo que ela se dane, para ele voltar em 14. Agora, todo mundo está com medo, além da presidente. O PT está receoso - talvez vagamente arrependido. Pode voltar tudo: aloprados, caixas 2 falsas, a volta de Jefferson, Celso Daniel, tantas coisinhas miúdas... A CPI é um poço sem fundo. O PMDB, liderado pelo comandante do atraso Sarney, também está com medo. A velha raposa foi contra, pois sabe que merda não tem bússola e pode espirrar neles. Vejam o pânico de presidir o Conselho de Ética, conselho que tem membros com graves problema na Justiça. Se bem que é maravilhoso o povo saber que Renan, Juca, Humberto Alves, Gim Argello, Collor serão os 'catões', os puros defensores da decência... Não é sublime tudo isso? Nunca antes, em nossa História, alianças tão espúrias tiveram o condão de nos ensinar tanto sobre o Brasil. A cada dia nos tornamos mais sábios, mais cultos sobre essa grande chácara de oligarquias. E eu estou otimista. Acho que tudo que ocorre vai nos ensinar muito. Há qualquer coisa de novo nessa imundície. O mundo atual demanda um pouco mais de decência política. Cachoeira, Jefferson, Durval Barbosa nos ensinam muito. Estamos progredindo, pois aparece mais a secular engrenagem latrinária que funciona abaixo dos esgotos da Pátria. A verdade está nos intestinos da política.
Mas, o País é tão frágil, tão dependente de acasos, que vivemos com o suspense do julgamento do mensalão pelo STF.
Se o ministro Ricardo Lewandowski não terminar sua lenta leitura do processo, nada acontecerá e a Justiça estará desmoralizada para sempre.

Falo eu... alguém tem alguma dúvida, alguma contestação do escrito acima?  


terça-feira, 15 de maio de 2012

MAR SEM FIM...no gelo da Antártica.





Nosso querido comandante Lara Mesquita, do naufragado "Mar Sem Fim" ( matérias anteriores) em águas da Antártica, escreve no seu blog sua imensa preocupação com o grave dano ecológico que pode ocasionar o naufrágio de seu barco em abril próximo passado. Navegador sempre preocupado com a natureza, segue depois do naufrágio acompanhando, par e passo em contato com a Base Chilena na Antártica a situação do barco. Mas, leiam...a narrativa do comandante Lara Mesquita.

A HISTÓRIA CONTINUA

Desde que cheguei em São Paulo, dia 9 de abril, mantenho contato semanal com o pessoal da base Fildes.
A situação do barco, com cerca de oito mil litros de diesel nos tanques, é fonte constante de preocupação.
Fiz o possível para evitar dano ecológico enquanto tinha condições de navegar.
Junto com meus tripulantes, e com auxílio dos chilenos, tentamos todas as opções: atravessar de volta para a America do Sul, atracar no molhe da base chinesa e retirar o diesel dos tanques ou, até mesmo, suspender o Mar Sem Fim por um imenso navio inglês e trazê-lo de volta.
Mas nenhuma delas deu certo conforme expliquei em matérias anteriores. O barco afundou em razão da pressão do gelo em seu casco.
Para quem tem dúvidas se descemos na hora certa é só lembrar que, no dia seguinte ao abandono, o Mar Sem Fim estava preso no gelo. Cercado por placas grandes e instáveis, com “buracos” de mar entre elas impedindo a aproximação, ou saída, de quem quer que fosse.
Abandonamos hora certa. Se ficássemos mais uma noite não sei se poderia contar o fim desta história.
A Antártica é um continente dedicado à ciência, ainda original em suas peculiaridades, e extremamente frágil. A dificuldade de acesso, e o clima rude, atrasaram a chegada e fixação do ser humano.
Foi só depois da Segunda Guerra Mundial, a partir dos anos 50 do século passado, que o homem conseguiu tecnologia suficiente para sobreviver na área e montar as primeiras bases científicas. De lá para cá mais de 30 países, signatários do Tratado Antártico, têm bases no continente gelado. A ausência do ser humano por tanto tempo é a responsável por uma das belezas da Antártica. Um continente quase totalmente livre de poluição, agora ameaçado pelo acidente com o Mar Sem Fim.
Quando tive o primeiro problema na viagem, ainda em Deception, era esta minha maior preocupação. Por isto mantive contato com os chilenos de Fildes. Eles me informam o que se passa. Havia suspeitas de vazamento de óleo, mas as condições críticas do gelo impediam uma verificação mais próxima. Desde que eu e minha tripulação saímos de rei George, em 7 de abril, o gelo que esmagou o meu barco não saiu mais da Bahia Maxwell. Ao contrario. Os blocos ficaram cada vez mais próximos devido a ação do vento, e mais espessos em razão da baixa temperatura.
Assim, finalmente, neste último fim de semana foi feita a primeira aproximação ao Mar Sem Fim.
Um grupo de nove pessoas, entre chilenos e brasileiros (quatro oficiais encarregados de zelarem pelo que resta da base Comandante Ferraz, atingida por um incêndio em fevereiro deste ano estão hospedados na Base Frei, ao lado de Fildes, na mesma baía) participaram da vistoria. Sob o comando de Eduardo Rubilar, chefe da base chilena, eles perceberam que o vazamento de diesel não parou.
Antes de sair de Rei George fiz um desenho do convés do barco mostrando onde ficavam os respiros dos tanques de diesel, de modo que os chilenos pudessem fecha-los assim que o gelo permitisse. E, já de São Paulo, mandei as plantas do barco para que eles conheçam seu interior em deatlhes.
Nesta segunda- feira recebi um e mail, com fotos, de Eduardo Rubilar. Era tudo que eu não queria:

“Estimado Amigo:

Te cuento que ya hemos ido dos veces hasta el sector del lamentable hundimiento del Mar Sem Fim, en donde hemos encontrado las bolsas de basura, algunos estanques de combustible para botes de goma, balones de gas y boyarines atrapados en la nieve y hielo”…

E prossegue o relato:
…”nos sentimos muy orgullosos de poder estar contribuyendo con nuestro trabajo a proteger y salvaguardar el medio ambiente Antártico, a pesar de no contar con el equipamiento adecuado para ello.”

Mesmo sem equipamento apropriado a equipe conseguiu algum sucesso:
…”al sacar las bolsas con basura dejamos abiertos unos forados de a lo menos 8 o 10 metros de profundidad, que sumados a la gran presencia de combustible en el sector son muy peligrosos. Sin embargo recuperamos gran cantidad de cosas que ya no son un peligro para el medio ambiente Antártico.
En la segunda incursión, nos acompañaron los cuatro miembros de la Armada de Brasil que se encuentran hospedados den la Base Frei de la Fuerza Aérea de Chile, quienes me habían solicitado el poder acompañarnos y ver en terreno que se puede hacer para proteger el medio ambiente antártico del derrame del Yate”.
“En esta entrada exploré hacia la proa del yate donde el hielo es realmente delgado y poco seguro para trabajar, debe tener no mas de 4 centímetros, por lo que no trabajaremos ahí aun pues no es seguro, solo recuperamos un estanque de combustible de bote de goma y pudimos ver la cantidad de combustible derramado, creo que en estos momentos debe haber mas del 50% del combustible derramado, pero no lo puedo cuantificar ciertamente”.




É extremamente difícil escrever sobre isto. Procuro, e não encontro, as palavras. Meu objetivo desde que saí da Eldorado foi trabalhar em favor do mar e da zona costeira.
Percebi que a falta de informação talvez seja a principal razão do descaso por parte das autoridades, e das pessoas que freqüentam o litoral. Foi o que me deu força para lançar meu site e começar os documentários sobre a costa brasileira, para a TV Cultura, entre 2005 e 2007. Informação é sempre parte importante da solução. Não parei mais. Foram 90 episódios de trinta minutos mostrando cada detalhe do nosso litoral, suas riquezas e ameaças. Em seguida vieram os dois volumes de “O Brasil visto do Mar Sem Fim”, uma transposição do trabalho para a TV em forma de livro.
E mais adiante, no Verão 2009 – 2010, a primeira série de documentários sobre a Antártica desta vez para a TV Bandeirantes. A idéia era mostrar a importância dos oceanos, e da Antártica, para o clima na Terra.
Foram mais cinco horas de documentários. Antes de trazer o barco de volta ao Brasil, para um novo trabalho para a Cultura, decido ir para a Antártica mais uma vez. O que era para ser uma nova série de matérias e fotos se transforma num pesadelo. E eu passo a ser o agente causador de inúmeros problemas, entre eles, a poluição Antártica.
É doloroso. Um sentimento terrível de culpa. Indescritível.
Desde o início dos problemas como barco faço o possível para minimizar seus impactos.
Estou mantendo contato não só com os chilenos de Fildes, à procura de informações, mas também com empresas especializadas em retirar destroços do mar.
Na Antártica o Mar Sem Fim não pode ficar. Mas, para retirá-lo, é preciso esperar o próximo Verão. Só a partir de novembro, ou dezembro, haverá condições para uma operação deste tipo.
Até lá manterei o público informado.

Pois bem...continuaremos aqui acompanhando e torcendo por nosso comandante.

Como era bom ...Borzeguim - Tom Jobim

TIRINHA: DICA DO DIA...

Oferta do dia. Ap.de R$1,2 milhões por R$242.000,00

To falando. O homem é um prodígio em economia além de milagroso. Consegue comprar por R$242.000,00 um imóvel que três anos antes foi vendido por R$1.200.000,00. Hahahaaaa....e segundo seu "adevogado", claro que seguidor da religião, não consegue falar com seu cliente para explicar a mágica. Hussain Aref Saab êsse é o cara... O imóvel comprado por R$ 242 mil era do empresário David Carlos Antonio, que na época tinha um processo de anistia encalhado na prefeitura havia cinco anos. Quatro meses depois da negociação, o processo, parado desde 2003, passou a tramitar e, um ano depois, o alvará foi concedido pelo departamento chefiado por Aref. O empresário que vendeu o apartamento para o ex-diretor da prefeitura, nega ligação entre a venda do imóvel e a obtenção do alvará na prefeitura. Hahaaaaaaaaa...nada como começar o dia ouvindo uma boa piada! 
Bom dia...fui....hahahaaaa

domingo, 13 de maio de 2012

Prodígio em multiplicação dos pães.


José Serra e Gilberto Kassab

"É uma atitude republicana do prefeito  não interferir nessas investigações". Essa maravilha aí é mais uma do Sr.Gilberto Kassab, justificando-se a respeito de um seu funcionário de confiança, Sr. Hussain Aref Saab, que até abril deste ano era Diretor Técnico do Departamento de Aprovação de Edificações (Aprov) da Secretaria Municipal de Habitação (Sehab) que em pouco mais de 07 anos adquiriu ordem de 106 imóveis (eu disse cento e seis) período esse que esteve no cargo. Depois da Folha de SP publicar tal façanha matemática, pois o mesmo ganha 9.400,00 de salário e mais alguns trocadinhos de rendimentos por fora , o sr. prefeito afastou-o e por recomendações dessa maravilha que é a Corregedoria Geral do Município (CGM) e foi aberto um inquérito administrativo pois surpreendentemente essas autoridades suspeitam de enriquecimento ilícito. Claro, que apenas há uma "leve suspeita" sobre o assunto. Imagina na Prefeitura do Sr. Kassab acontecerem fatos dessa natureza. Nem pensar. Tenho cá minha opinião a respeito. Chefe que não vê subalterno roubar, não vê por uma ou outra razão. Ou por estar conivente com o roubo, ou ser um incompetente de marca maior. Láureas ao funcionário, no caso,  que por 07 (eu disse sete) anos conseguiu realizar esse prodígio de aumento patrimonial. Realmente é digno de admiração pela competência com que administra seus bens. A Promotoria de Habitação também investiga Hussain Aref Saab, réu em duas ações civis de improbidade administrativa por favorecimento de construtoras na concessão de alvarás. O  Departamento de Aprovação de Edificações  (Aprov )é o Departamento responsável pela liberação de novas construções e reformas residenciais e comerciais com área acima de 1,5 mil m². Sob o comando de Aref, o órgão teria desviado R$ 70 milhões dos cofres públicos. Nomeado por Gilberto  Kassab, 0 Sr. Aref Saab também fazia parte de dois conselhos: a Câmara Técnica de Legislação Urbanística (CTLU) e o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp). Agora, fica uma pergunta no ar. Caso fique comprovado o desvio de todo esse dinheirinho do contribuinte para o bolso desse cidadão, qual a responsabilidade do Sr. Gilberto Kassab no assunto???? Deu seu aval ao indica-lo e colocá-lo em tal cargo, cargo esse que exige a mais alta  e ilibada condição para assumir tal responsabilidade. Até quando nós contribuintes vamos bancar a safadeza e desfaçatez desse bando de ladrões que se instalou nos orgãos públicos em geral deste País? Com a palavra o Ministério Público de São Paulo. Isso tem que ter um ponto final, definitivamente. É, no mínimo, mais um deboche dessa turma, consagrada a muitos e muitos anos. Podem verificar os nomes de sempre. Nomes tipo: Paulo Salin Maluf, Reynaldo de Barros, Celso Pitta, Gilberto Kassab, todos esses srs. envolvidos em processos os mais estapafúrdios. Amanhã a Folha publica mais um episódio sobre o assunto. Vamos aguardar. Enquanto isso, atenção senhores que gostam de dinheirinho. Se esse homem aí, o Sr. Aref Saab se atirar de um dos apartamentos que ele adquiriru nesse poucos anos, se atire atrás..pois com certeza vc ganhará  muito dindin de lucro!!!! O homem..é um prodígio em economia e visão empresarial...heheheee
Fui...




quinta-feira, 10 de maio de 2012

PRESIDENTA e os JUROS.



Presidenta e os Juros


BATALHA DOS JUROS é o "nunca antes" de Dilma 


Faz parte do jogo  que os Bancos queiram ter lucros ilimitados. Faz parte do jogo que a regulação do Estado não permita.
Quando a presidenta Dilma Roussef citou Guimarães Rosa em seu discurso de posse, lembrando que a “vida quer da gente coragem”, nem os mais otimistas podiam supor que no ano seguinte ela iniciaria uma violenta queda de braço com as instituições financeiras. E com grandes chances de ganhar.
Aliado a um forte discurso evocando a “lógica perversa” dos juros altos, a presidenta vem forçando a queda da taxa Selic e com a ação de seus bancos públicos pressionando para baixo os juros ao consumidor.
Críticos mais ansiosos se precipitaram em reduzir sua fala no Dia do Trabalho a uma ação populista.
Mas nos dias que se seguiram, o governo anunciou a alteração do rendimento das cadernetas de poupança, um tema tabu que nenhum de seus antecessores, inclusive o carismático e popular presidente Lula, tiveram coragem em tocar. No governo anterior, aliás, o vice José Alencar morreu atacando sozinho os juros altos.
Durante muitos anos, a imprensa especializada inundou de críticas a elevada taxa de juros -a “maior do mundo”. Dizia-se que ela punia a indústria e estancava o crescimento.
Mas quando o governo, enfim, resolveu tomar medidas para reduzi-la, muitos se acomodam em ressalvas, demonstrando a hipocrisia estampada nos editoriais.
Não é à toa.
O premiado documentário “Trabalho Interno” revelou, nos Estados Unidos, o enorme conflito de interesses que havia entre os mais prestigiosos intelectuais da economia, que assistiram praticamente inertes à crise de 2008. Apurou-se que parcela significativa dos acadêmicos também prestava serviços ao sistema financeiro.
O possível crescimento da inflação, a falta das reformas estruturais, o abandono da austeridade. Quando o discurso liberal mostra suas garras, em regra esconde o fato de que até um pequeno decréscimo da taxa básica de juros já resulta em uma economia de bilhões para a dívida pública.
A pujança do capital no financiamento de políticos não pode ser desprezada, o que torna a decisão da presidenta ainda mais corajosa.
Além das altas tarifas para serviços que os próprios juros já deveriam remunerar (como a abertura de cadastro), a estratosférica taxa cobrada pelos bancos ao consumidor para tomada de empréstimos também é incompreensível.
Os bancos se defendem com números sobre inadimplência, de modo que os bons pagadores estariam se responsabilizando pelos maus.
Com esse mesmo pretexto, para facilitar a cobrança de créditos e reduzir a taxa de juros, já se alterou até a Lei de Falências. Ela ampliou a proteção dos bancos e limitou a preferência do crédito trabalhista. Mas nenhum efeito causou nos juros, como se viu.
A inadimplência certamente não explica o alto custo do dinheiro.
Quem quer que já tenha recebido uma fatura de cartão de crédito, pôde perceber as inúmeras propostas que as instituições financeiras fazem para que seus clientes não quitem logo suas dívidas, sugerindo que contraiam outras, com juros falsamente aprazíveis.
Os próprios bancos estimulam a inadimplência para que possam cobrar mais caro por ela depois.
Faz parte do jogo que os bancos queiram ter lucros ilimitados. Faz parte do jogo que a regulação do Estado não permita.
Por sorte nossa, o turbilhão privatista que varreu o país por mais de uma década, não chegou ao limite de conferir autonomia ao Banco Central como pretendia (o que teria esvaziado o poder do governo) e não conseguiu vender os bancos públicos federais (que hoje representam importante papel de pressão para a queda dos juros).
Depois de um começo de governo em que se equilibrou para lidar com uma complicada base parlamentar, fatiando o ministério e fazendo mudanças pressionadas pela imprensa (que nem sempre agiu com propósitos dignos, como agora se sabe), é louvável que Dilma tenha finalmente incorporado na ação política, aquela figura enérgica com que sempre foi descrita nas crônicas palacianas.
É óbvio que ninguém quer uma presidenta que ultrapasse os poderes de seu cargo e nem que os utilize como álibi para tomar decisões impopulares e sufocar críticas.
Mas que esse novo figurino dama de ferro lhe permita, ao menos, enfrentar a bancada religiosa, em nome do combate à homofobia, os ruralistas, para vetar um código essencialmente desflorestal, e os militares saudosos da ditadura, para colocar em funcionamento uma Comissão da Verdade que faça jus a seu nome.
fonte : blog do Dr.Marcelo Semer.

sábado, 5 de maio de 2012




Proa do Mar Sem Fim na Antártica

João Lara Mesquita. Comandante do "Mar Sem Fim", barco que naufragou na Antártica no dia 6 para 7 de abril passado, escreve o texto abaixo que reproduzo pois é de suma importância a todos os brasileiros e responsabilidade de todos nós. 

Porque os Oceanos precisam da mídia.
postado por João Lara Mesquita20:06, quarta-feira, 02 de maio de 2012


Eles continuam a chamar pouco a atenção. Só ganham manchete quando tem desastre.( publicado na página 3 do jornal Folha de S.Paulo, edição de 02/05/2012) Como o naufrágio do Costa Cruzeiro ou o do Mar Sem Fim, na Antártica.
É assim em quase todo lugar. Mesmo sobrando informação, falta divulgação. Os fatos mais importantes nem sempre aparecem para o grande público, para os estudantes, para o formador de opinião. Permanecem submersos.
Isso é ruim. Entorpece molas importantes numa sociedade que tem história: essas pessoas abreviaram uma ditadura e levaram um presidente ao impeachment. A elite quase ignora o que se passa em 71% da superfície do planeta.
Culpa de quem? Dos jornais, da mídia?
A internet, que também é mídia, transborda de material. Claro, tem lixo no meio. Por isso existe o jornalista. Para separar o joio do trigo, colocando luz ao que estava na penumbra. É uma obrigação.
Veja a corrupção. Ela sempre existiu -assim como a corrupção do mais importante ecossistema da Terra. Mas quase ninguém investiga o que ocorre depois da arrebentação.
Os oceanos ficam à míngua, enquanto os escândalos de Brasília desmoronam, muitas vezes desmascarados por obra de jornalistas.
O Ministério da Pesca não foi capaz de gerar pautas sobre a predação, quase extermínio, dos recursos marinhos vivos. Mas deu manchetes sobre desvio de verbas.
Por isso eu gostava tanto do meu barco. Navegava na internet, procurando indícios. Depois, com o Mar Sem Fim, saía atrás dos flagrantes.
Isso sem esquecer as ações sustentáveis, que também precisam ser divulgadas.
A mídia tem o poder de gerar cópias, pode ir além de tornar públicos os malfeitos oficiais. Os mares merecem fiscalização, eles garantem a vida no planeta.
Quando fiz a série “Mar Sem Fim”, para a TV Cultura, destaquei exemplos como o da Constituição da Paraíba, de 1989, que impõe restrições aos espigões na orla do Estado, controlando a especulação imobiliária. Um modelo a ser seguido por todos os Estados costeiros brasileiros.
O precedente estava na proa do Mar Sem Fim. Faltava divulgar. E provocar: se eles podem aproveitar o litoral sem destruir a paisagem e os ecossistemas marinhos, qualquer outra parte do Brasil também pode. Basta querer.
O objetivo é nobre: ordenar a ocupação da zona costeira pensando nas futuras gerações, alterando ao mínimo a paisagem original e a biodiversidade ambiental.
Funciona. Eu vi, todos aproveitam.
Enquanto navegava, também denunciei a carcinicultura (criação de camarões em cativeiro), prática que vai de encontro aos mais importantes preceitos do ambientalismo e dos bons costumes políticos: introduz espécies exóticas, ao dar preferência ao camarão Penaeus vannamei, oriundo do Pacífico.
Ocupa de graça, via tráfico de influência, e depois extirpa ecossistemas fundamentais para a vida marinha, como os mangues e apicuns (áreas de preservação permanente, na época amparadas por lei).
Esses biomas protegem a linha da costa da erosão, filtram e melhoram a qualidade da água, produzem parte do oxigênio que respiramos e servem como habitat para aves marinhas e migratórias.
Causas justas também produzem resultados. Hoje, há campanhas organizadas a favor dos oceanos, como a do Greenpeace, e de manutenção da proteção legal aos mangues e apicuns, como a da S.O.S. Mata Atlântica.
Saudades do Mar Sem Fim. Mesmo sem ele, começo a gravar, em maio, uma nova série para a TV Cultura. Desta vez, com foco nas unidades de conservação da costa brasileira. Em breve no ar

sexta-feira, 4 de maio de 2012

BAGÉ (RS) - ÀS ESCURAS...


Prefeitura Municipal de Bagé - RS

Antiga Estação Ferroviária e hoje Centro Administrativo de Bagé RS


Meu amigo gaúcho, músico nato, pecuarista, advogado, comunicador, desembargador (dos melhores) aposentado, Dr. Ruy Armando Gessinger, está neste momento numa Feira de Negócios - Fenovinos na cidade de Bagé, Rio Grande do Sul. ( atenção bebuns distraídos - não é feira de vinhos..é feira de ovinos!!! OVINOS e não ovonis - Feira de Ovos) Confesso que estou com inveja, pois Bagé , é uma cidade muito bacana, em especial, seus habitantes. Haras maravilhosos e o berço, segundo alguns, do cavalo crioulo. (aquele do verso do Mauro e do Borges - "cavalo crioulo padrão". Pois bem. Isso é um preâmbulo e justificativa para lembrar uma passagem do  degas aqui, longe em quantia " do meu (seu) Bagé" e do pago riograndense, (seu, meu) Cachoeira do Sul, onde nasci e fui batizado com esse nome inglês aí do blog... Ivanhoé Ferreira.
 
Corria os anos 70 . Fui a Bagé atrás de uma guria. Me hospedei no Hotel Charrua (deve ainda estar lá no mesmo lugar) juntamente com um amigo parceiro que me acompanhava. Chegamos lá por volta das cinco de la tarde, e fomos direto ao pouso, tomar um banho e nos "apreparar" para a noitada que prometia ser, das melhores. Fico aqui relembrando, quantos kilometros fazíamos para ir  atrás de um rabo de saia. Não tinha tempo ruim ,não tinha distância e nem hora.( de Ijui a Bagé são 385 Km) Tinha conhecido essa moça num baile tradicionalista num CTG de Santa Maria. No baile não deu pra pegar firme pois a vigília era tamanha, no máximo uns encostos de quando em vez e deu prá bola. Os pais ali por perto e então combinamos de nos ver em Bagé. Era a cidade dela e lá, "a cosa" ia ser diferente. Na época eu era serventuário da Justiça no Foro de Ijui RS, Tinha meu carrinho sempre ajeitado, perfumoso até no banco trazeiro. Volante esporte, rodas de aluminio estreladas tinha até uma anteninha safada no teto (coisa mais estúpida, furar o teto do carro pra por uma antena, cheguei) enfim, um verdadeiro veículo segundas intenções. Mas voltemos ao Bagé. Comemos alguma coisa no hotel esperando a noite cair. Era mês de agosto, me lembro bem pois numa certa altura falei pro companheiro - "caramba, como faz frio esse tal de de mês de agôsto", parodiando nosso querido poeta maior Luiz Menezes em um dos seus singulares poemas. Bem arrumadito, calça "dins" , uma bota cano longo por baixo da calça,escondendo o cano da bota, camisa manga longa, um casaco forte pro frio e lá se foi o gauchinho ao encontro da prenda. Meu parceirinho, Orlando Fontana, ficou no Hotel pois fiquei de pegar a moça  e se a coisa enroscasse, (entenda-se como ela não querer ir aonde eu a queria levar) eu iria pega-lo para ir junto com a gente num baile que ia ter por lá. Saí do Hotel e entrei numa avenida que tinha por ali e daí...o mundo veio abaixo. Fui fazer um contorno na dita avenida e não consegui por causa do espaço reduzido. Acontece que na calçada tinha um poste com um transformador, desses gigantes. Neste dito cujo poste, um rabicho de arame trançado preso nele e no chão, na calçada. Meu carrinho subiu pelo rabicho, como querendo alcançar o topo do poste e tudo veio abaixo.
Poste, transformador, fios, o inferno . Aquilo desabou por inteiro, o transformador de um lado do carro e o poste do outro. Eu exatamente no meio. Consegui dar ré no carro e voltar pra rua, mas a cidade inteira, foi se apagando, lâmpada por lâmpada, tanto na rua como nas casas. Eu vi a escuridão chegando e pensei. To ferrado. Preciso me mandar da cidade pois isso vai dar um confusão dos diabos. E já tinha me esquecido "da noiva" a minutos atrás. Saí de volta pro hotel em desabalada carreira, pegar meu parceiro. Foi a estadia mais rápida do Hotel Charrua de Bagé. Meu companheiro não sabia o que tinha acontecido e achou que o problema era com a familia da moça. Eu não tinha tempo de explicar e o Hotel estava as escuras, não conseguíamos recolher as coisas no apartamento. A coisa era grave. Em 5 minutos estávamos na rua de novo, passei por longe do desastre e esperando sempre que alguém me detivesse, pois com certeza teve gente que presenciou a cena e viu minha fuga. Nos mandamos estrada afora e  nunca mais voltei a Bagé onde tenho grandes amigos, entre os quais, um em especial. Diogo Madruga Duarte, companheiro da barranca do Rio Uruguay onde, todos os anos na Páscoa, vamos ao Festival da Barranca. Nunca contei a ele a arte. Naquela semana o Jornal de Bagé noticiou : "BAGÉ - as escuras" e baixava a lenha no prefeito da cidade. Azar o dele. Chegamos de volta a Ijui, onde eu morava, cedito da manhã, cansados até, mas com o dever, cumprido. A moça até hoje deve estar se perguntando o que foi que aconteceu pois sabia da minha ida até lá. Mas não ficou sabendo o que tinha ocorrido depois. Eu e meu parceiro, dando muita risada de mais essa trapalhada, tudo em nome dos" bons" costumes Fui...